BANANAS

Havia Dona Joaquina. Era uma senhora distinta como todas as outras de sua idade. Seus cabelos brancos denotavam uma vida repleta de experiências e aprendizados. Contudo, enquanto ainda vivia, ninguém jamais previra que a senhora em questão tinha uma compulsão, a qual foi responsável pela sua ruína. Dona Joaquina era viciada em bananas; degustava várias por dia, todos os dias, sentindo um prazer indescritível em cada mordidela. E, por ser distinta, não fazia distinção de espécies. Para ela, não importava o tipo nem a maturação do fruto. Vale ressaltar que Dona Joaquina não dispensava sequer as bananas nanicas.
A história de vida de Dona Joaquina se encerra com sua morte. A coitada, que sempre rogava a Deus por fartura, não cultivara nenhuma bananeira farta em seu quintal. Dessa forma, com o passar do tempo já não possuía mais vigor para sair às feiras a procura de boas bananas. Entrou, então, numa grave crise de abstinência, sofreu muito, resolveu desabafar seu segredo num manuscrito a fim de que pudesse se sentir aliviada. Nada adiantou. Ela virou adubo de bananeira.
A estória de Dona Joaquina se inicia com sua morte. Reza a lenda, que a alma da nossa distinta senhora, tão logo soltou do corpo, emergiu aos altos céus acreditando que adentraria ao paraíso. Estava feliz, porquanto cria também que nessa outra vida haveria um bananal sem fim. Entretanto, Deus embargou sua entrada. Afinal, onde já se viu mulher viciada em banana habitando no céu junto a outras tantas santas?

1 comentários:

Cadipo disse...

Tem alguma mensagem que eu não captei? Porque se for somente essa superficialidade que eu apreciei, não gostei não. Não achei muita graça no humor que você forçou. Achei o jogo de palavras pobre. Mas muito bem escrito, como sempre!

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