Malandragem

Adoro falar de mim! E isso é vaidade.
Confesso que ainda não sei exatamente QUEM SOU. Às vezes, me comporto como um GAROTINHO mimado. Já em outras, me saio como um verdadeiro senhor maduro, repleto de experiências. O fato é que gosto muito de mim e das minhas oscilações; isso me faz vivo.
Tenho uma virtude admirável: sou paciente! Por isso, não me canso de ESPERAR (ainda que eu esteja SOZINHO). Aliás, no que tange ao cansaço, o que me desgasta de verdade é acordar. Sim, porque, na hora de dormir, eu faço minhas ORAÇÕES, penso na vida... tudo bem BAIXINHO, entre mim e Deus apenas. Contudo, quando acordo, sou como um MENINO MAU, arranco minhas MEIAS e resmungo PELOS CANTOS qualquer coisa sem sentido.
Mudando completamente de assunto, estou pensando agora em Veríssimo. Ele me disse (veja só!) que a minha PRINCESA não deveria ser a pessoa certa, como sempre imaginara, mas sim a errada. Segundo ele, ela deve ser uma CHATA, que VIVA DANDO NO MEU SACO (sem maldades, por favor!), pois dessa forma, ela marcaria mais a minha VIDA, tornando-a NÃO um SONHO, um conto de fadas, e sim: realidade. PEÇO A DEUS que ele é que esteja errado. Mas Veríssimo é MALANDRO e comparando-me a ele, sou nada mais que uma CRIANÇA que DESCONHECE A VERDADE. Pareço mesmo é UM POETA que ainda NÃO APRENDEU A AMAR.
Em suma, deixei de BOBEIRA há tempos e, hoje, VIVO A REALIDADE nas suas variadas formas de apresentação. Afinal, eu só tenho uma vida INTEIRA e desconheço onde ela vai dar. Portanto, ANDO PELAS RUAS, torro meus CHEQUES, MUDO tudo de LUGAR... Vale ressaltar que não DIRIJO nem bebo, pois essas coisas são perigosas demais. Quanto ao resto, tudo o que faço é CANTAR.

Minha pequinês!

Seria muito fácil se na vida vivêssemos uma problemática por vez. Ocorre que nossos conflitos emergem todos juntos, como uma sinfonia de bocejos.
Cá estou eu escrevendo sem parar a fim de desabafar, de aliviar do meu peito o peso dos fardos que carrego solitário por não ter com quem dividir em virtude da minha exacerbada ceticidade (se é que isso existe). E isso incomoda até o meu íntimo, visto que por muitas vezes estive à iminência de vencer, mas fraquejei por não crer.
E, se, erroneamente, rotulam-me frio, é porque tenho um grande coração de carne que pulsa por vida em meio a espinhos de dor. Assim, essa hemorragia interna torna escasso o sangue do meu semblante, proporcionando-me uma palidez repugnante que toma minha paciência.
Com os gerúndios do dia-a-dia, vou aprendendo que cada vez sei menos e eles arrastam-me ao fundo querendo consumir os pedaços que ainda restam de mim. A monotonia, o constante retrocesso ao erro acaba comigo (e ninguém sabe). Sou ator (e ninguém sabe)!
As dúvidas, as incertezas não me permitem prosseguir. Sem um posicionamento, uma tese a ser dissertada não há o que defender. Portanto, fico na inércia à espera do anjo que trará minhas bênçãos. Mas, sinceramente, não sei se ele virá.
Cá estou eu escrevendo sozinho porque a vida é uma só e de um só, coisa pouca demais até mesmo para o menor dos gigantes. Sem resposta, solução, entrego os pontos assumindo minha inferioridade à vida.