Minha pequinês!

Seria muito fácil se na vida vivêssemos uma problemática por vez. Ocorre que nossos conflitos emergem todos juntos, como uma sinfonia de bocejos.
Cá estou eu escrevendo sem parar a fim de desabafar, de aliviar do meu peito o peso dos fardos que carrego solitário por não ter com quem dividir em virtude da minha exacerbada ceticidade (se é que isso existe). E isso incomoda até o meu íntimo, visto que por muitas vezes estive à iminência de vencer, mas fraquejei por não crer.
E, se, erroneamente, rotulam-me frio, é porque tenho um grande coração de carne que pulsa por vida em meio a espinhos de dor. Assim, essa hemorragia interna torna escasso o sangue do meu semblante, proporcionando-me uma palidez repugnante que toma minha paciência.
Com os gerúndios do dia-a-dia, vou aprendendo que cada vez sei menos e eles arrastam-me ao fundo querendo consumir os pedaços que ainda restam de mim. A monotonia, o constante retrocesso ao erro acaba comigo (e ninguém sabe). Sou ator (e ninguém sabe)!
As dúvidas, as incertezas não me permitem prosseguir. Sem um posicionamento, uma tese a ser dissertada não há o que defender. Portanto, fico na inércia à espera do anjo que trará minhas bênçãos. Mas, sinceramente, não sei se ele virá.
Cá estou eu escrevendo sozinho porque a vida é uma só e de um só, coisa pouca demais até mesmo para o menor dos gigantes. Sem resposta, solução, entrego os pontos assumindo minha inferioridade à vida.

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